segunda-feira, 17 de abril de 2017

Sobre indecisões devido o medo de errar

Temos a falsa crença de que é necessário ter certeza sobre tudo para que assim possamos decidir e agir. Frequentemente alguém justifica a sua falta de posicionamento com argumento de que precisa ter certeza se vai dar certo, ou que precisa se certificar de que nada vai sair do seu controle. E, na espera desta certeza adiam decisões que podem mudar completamente a forma como experimentam a felicidade em suas vidas.
Na realidade, o medo deste indivíduo está justamente em correr o risco de não experimentar a felicidade com a tomada de decisão, segundo este pensamento, é como se a felicidade fosse o pote de ouro que fica no fim do arco íris. Esta crença se baseia na hipótese de que existe um ideal de felicidade para cada escolha, ou seja, considera-se que a felicidade é um sentimento estático e externo, que encontra-se pronta, como um prêmio. Quando vista desta forma, realmente causa muito medo arriscar e mudar, porque, sabe-se lá em qual escolha a felicidade decidiu morar.
Quando o núcleo familiar ensina a criança através do próprio exemplo que existem conceitos fixos e rígidos de certo e errado, e que escolhas que levam a frustração são erros inadmissíveis, quando além do sofrimento da frustração a pessoa é punida – mesmo que indiretamente pelos pais –  e que precisa carregar consigo para sempre o arrependimento de não ter optado por outra escolha que lhe trouxesse a satisfação que aquela primeira não trouxe, bem, compreendemos que esta educação pode contribuir para a construção de indivíduos que sentem o  medo de errar como algo assustador e paralisante.
Frases como: “eu te avisei”, “sabia que você iria se arrepender”, “bem feito”, “quem mandou escolher isso?”, ativam o sentimento da culpa pois fazem com que o indivíduo se sinta repreendido, incapaz de fazer escolhas assertivas, e como consequência, constroem crenças de que existe sempre uma única opção de felicidade que é comum a todos os seres – ou pelo menos aos pais –  e que portanto, esta deve ser escolhida.
É deste modo que às vezes adiamos uma decisão e que postergamos uma escolha. Devido ao medo de nos frustrarmos e termos que lidar com as punições decorrentes da desaprovação de outrem, adiamos a possibilidade de sermos felizes.
É importante reconhecer quais os benefícios em se adiar uma decisão, geralmente o indivíduo por medo de arriscar, permanece na situação que é conhecida para ele, deste modo evita se experimentar em situações novas, evita fazer o esforço para se reconstruir. O que ocorre neste modo de funcionamento é o desconhecimento das implicações de cada escolha, por mais rotineira que seja, na vida de cada um.
Você já parou para pensar sobre o porquê de você estar exatamente onde se encontra? Algumas pessoas tem a sensação de que somente estão passando pela vida, e lamentam essa passividade. Isto ocorre porque não compreendem que elas estão se colocando neste lugar, que apesar de estarem aceitando o que lhes aparece, encontram-se insatisfeitas, e somente cada uma delas poderá construir a sua felicidade através de situações que as satisfaçam.
Por isso é tão importante nos apropriarmos das escolhas que fazemos, termos consciência do porque delas, e identificarmos os medos por trás de cada vontade de mudar. E entendermos que o sofrimento diante de uma frustração, ou de um “erro”, é melhor administrado quando não é somado ao sentimento de culpa ou de incapacidade.
Perceba como você está baseando as suas escolhas, e se você está satisfeita (o) com a sua vida neste momento, é você o autor dela. E sobretudo,  lembre-se: “Todas as maneiras de abreviar o tempo não o poupam.” – Madame de Steal.

terça-feira, 11 de abril de 2017

O luto representa o processo psicológico vivido por aquele que perdeu algo ou alguém. Fins de relacionamento são geralmente dolorosos porque é necessário se afastar de alguém que gostamos, ou que estávamos acostumados a conviver. 👉É por isso que é tão importante aceitar o fim de um processo ao invés de nega-lo. Quando insistimos em uma negação, levamos mais tempo para elaborar a nossa tristeza e seguir adiante. 👎👍A dor de se despedir de algo ou de alguém não podem ser substituídas, mas podem ser amenizadas. As vezes um colo, uma companhia que te auxilia a encontrar motivos para sorrir, assistir a um filme que inspira, podem contribuir para que esse processo seja vivido de uma forma mais branda.
🚩Observe se você está se permitindo aceitar alguns fins. A expressão dos sentimentos é fundamental para a elaboração do luto, e para evitar levar para outras relações os sentimentos que estavam guardados devido ao medo de aceitar o fim.

Ás vezes damos mais atenção ao outro do que à nós mesmos. É como se o outro fosse mais importante que o nosso bem estar, como se todos os esforços para mantê-lo na nossa vida fossem válidos.  E quando percebemos, vivemos para agradar, para manter alguém ao nosso lado, para sermos aceitos e reconhecidos e ainda assim, não conseguimos manter quem queriamos conosco. ➡Por isso experimente respeitar os seus limites e a construir o seu amor próprio. Lembre-se que você é autor da sua história, não permita que tirem a sua paz. 💆Se ame primeiro, curta a sua companhia, sinta-se bem consigo. Você é o seu lar, decore ele como preferir. Depois sim você poderá convidar alguém para entrar, mas lembre-se: a visita vai embora, mas você fica. Trate-se bem

terça-feira, 4 de abril de 2017

Por que os "bonzinhos" sofrem tanto?

Você consegue ser espontâneo nas suas relações? Sabia que devido ao medo de expressarmos os nossos reais desejos e com isso nos sentirmos rejeitados, acabamos desenvolvendo defesas para evitar expor quem somos?
Algumas pessoas desenvolvem um comportamento passivo diante do outro: aceitam sempre o que o outro fala, concordam com toda opinião, não se posicionam, não divergem, não contestam e não se priorizam nas relações, aliás, para elas a maior satisfação é agradar.
Este tipo de comportamento é baseado na crença de que para receber amor é necessário anular-se, assim, pessoas que se estruturam desta maneira evitam qualquer tipo de divergência ou posicionamento. Alguns inclusive acreditam que concordar sempre com o que alguém fala é um modo de demonstrar respeito. Esta crença tem seu fundamento em um modelo de educação patriarcal onde provavelmente existe uma figura na família que ocupa o papel de autoridade e que através da intimidação – seja ela direta ou indireta – considera que precisa ter a última palavra, caso contrário, pune aquele que o questiona ou o contesta.
Desta forma, para não se sentir punido, rejeitado e ou abandonado, o indivíduo inconscientemente passa a construir armaduras para se defender da sensação de ser abandonado, de não ser aceito do seu jeito. Inclusive, é comum que pessoas com comportamentos passivos tenham dificuldade de identificar quem são, isso porque durante muito tempo aprenderam a ser para agradar aos outros, se despersonalizaram, desaprenderam sobre suas preferências pessoais, ou, não as construíram.
Estes são os típicos “bonzinhos”, pessoas que priorizam as satisfações alheias, abdicam das suas próprias vontades, são extremamente disponíveis e tolerantes nas relações, são permissivas e consequentemente suportam inclusive abusos uma vez que não reconhecem os seus limites.
Devido à todas estas características, a pessoa “boazinha” costuma se envolver em relações onde consegue desempenhar este papel diante de uma autoridade. E, quando se envolve em relacionamentos onde é estimulada a ter iniciativa, expressar as suas vontades, divergir de opiniões e ter voz ativa; sente-se perdida e amedrontada e com dificuldade de se diferenciar do outro, optando geralmente por não se envolver emocionalmente para não correr o risco de ser abandonada ou rejeitada caso venha a mostrar quem realmente é.
É por isso que é comum o sofrimento em relações onde um dos envolvidos possui como característica geral ser “bonzinho”. Como dificilmente esta pessoa recebe atitudes compatíveis com as suas, sente-se frustrada, injustiçada e incompreendida, além de sentir-se vítima dentro do relacionamento, culpando o outro pelo egoísmo na relação quando na verdade muitas vezes o que falta em si é refletir sobre seu excesso de altruísmo para com esta.
Logo, a reflexão necessária para relações onde existe a presença de um indivíduo que aprendeu que para ser amado precisa esconder quem ele é e sempre agradar ao outro, é ao invés de considerar que o outro não é altruísta, refletir que às vezes a origem do problema não está no outro não ser altruísta, mas sim no indivíduo “bonzinho” não ter amor próprio.
É importante considerar que as armaduras tem sempre o objetivo de nos proteger daquilo que nos causa medo, contudo elas não permitem a desconstrução daquilo que nos amedronta. A melhor forma de  viver em uma relação saudável e compatível com as próprias necessidades é fazendo parte ativamente dela, pois se não conseguirmos nos escutar como poderemos esperar que o outro nos entenda?
Toda vez que você expressa o que sente, você assume quem é perante o mundo e abre possibilidades para encontros onde seus desejos possam ser realizados plenamente. Por isso, uma dica importante para quem se identifica com o papel de “bonzinho” e sofre por ter se desenvolvido assim, é reconhecer uma defesa e o que precisa para se desfazer dela. A partir disso estimular o desenvolvimento desse aspecto. Quando fortalecido, verá que a defesa automaticamente foi embora. Um bom método para desenvolver amor próprio é começar a identificar as suas preferências, quando elas são aceitas permitem autenticidade nas relações além da quebra de crenças negativas a respeito de amar e ser amado.