quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Você sabia que a idealização constitui uma fuga da realidade? Sim, inclusive em alguns casos isso ocorre porque a pessoa tem dificuldades de compreender e de se adaptar à sua situação atual, e assim se remete ao passado para lembrar das idealizações que fizera. Assim, cria justificativas para "permanecer lá atrás", e fugir da sua real situação, ou seja, do presente. ⚠Somado à isso, quando estamos apaixonados idealizamos também o nosso objeto de desejo, e mais uma vez negamos a realidade.

⚠Um fator importante também é a autoestima de quem se submeteu à relação. Devido ás vezes, a crenças e sentimentos negativos sobre si, a pessoa passa a aceitar qualquer forma de "amar" do outro. Assim não se valoriza e sofre pelo pouco que o outro lhe dava e não pelo fato de se submeter (até porque a pessoa dificilmente enxerga isso no momento devido as lentes escuras da dor que vive). 


As relações abusivas são definitivamente prejudiciais, causam grandes danos a nível emocional, comportamental, físico, mental. Portanto, para se evitar entrar em relações com este formato, é essencial desenvolver o AUTOCONHECIMENTO para poder identificar:  

  • QUEM SOU,
  • O QUE QUERO,
  • O QUE PRECISO. 
E a partir disso desenvolver uma AUTO ESTIMA positiva, que possibilite a busca para satisfazer as suas necessidades, preferências e desejos. 


>>>Portanto, perceba que amor você está aceitando receber e se ele é condizente com o amor que você sente por si mesmo (a).<<<

Meu relacionamento acabou, e agora?


Jéssica Horácio de Souza
Psicóloga CRP 12/14394
Psicoterapeuta Corporal


"Eu quero que você me ajude a esquecê-lo", "Eu só queria apagá-la da minha mente", "Por que ela fez isso comigo?", "Eu só queria saber como ele está"... Essas e outras frases são comuns no processo de rompimento de uma relação. Algumas pessoas inclusive relatam a dor da perda como uma dor física, sentem uma tristeza tão profunda que acabam tendo sensações corporais como falta de ar, dores no peito, distúrbios no sono, queda da imunidade, falta de apetite...
O sofrimento causado pelo rompimento de uma relação é particular, cada indivíduo experimenta a dor da perda de uma forma. Porém, algumas características são específicas do luto. Sim, cada perda - independente de envolver morte ou não - envolve a elaboração do luto. Fazem parte deste processo as seguintes etapas:
·        Negação: "Eu estou bem!"
·        Raiva: "Não é justo!"
·        Negociação: "Eu faria qualquer coisa..."
·        Depressão: "Eu estou tão triste/Minha vida acabou"
·        Aceitação: "Era pra ser/Tudo dará certo!".
Deste modo, o luto corresponde a um processo natural de vivência da perda, neste processo o indivíduo fica tão focado na sua dor que não consegue observar a realidade a sua volta, reforçando como consequência o seu estado de tristeza.
Algumas pessoas, ao finalizarem um relacionamento tem dificuldade de se desprenderem do seu objeto de amor e com isso ficam revivendo o passado, buscando justificativas para o término, enaltecendo o (a) parceiro (a) com quem se envolveu, tentando se manter conectadas a qualquer resquício do que construíram embora isso não exista mais.
Quando a perda não é elaborada, ou seja, quando os motivos reais do sofrimento não são compreendidos, a tendência é que o indivíduo permaneça fixado na dor, não dando atenção às outras áreas da sua vida. Com isso sofre também pela dificuldade de se adaptar a sua nova rotina. Uma vez que está fixado na dor do término, não consegue reconstruir a sua vida. Através da negação da realidade, podem viver na espera de uma reconciliação, ou também, idealizar o que viveram como um modo de fugir do fim do relacionamento.
Contudo, a fuga da realidade não auxilia na remissão do sofrimento. Embora seja doloroso, o luto precisa ser vivenciado pois é ele que fará com que o indivíduo enfrente a sua dor, possibilitando posteriormente a aceitação da realidade na qual se encontra. Não existe uma duração específica para a vivência das etapas do luto. Algumas pessoas vivenciam várias fases/etapas concomitantes, outras permanecem fixadas durante muito tempo em uma determinada fase, outras conseguem elaborar o sofrimento com maior facilidade. Tudo isso dependerá do vínculo afetivo desenvolvido na relação que terminou, nas crenças que o indivíduo possui, na forma como ele se percebe no mundo, sua história de vida, seus conflitos internos...
Porém, é de extrema importância reconhecer se o sofrimento está influenciando negativamente em outras áreas da vida do indivíduo, se ele é persistente e se está contribuindo para o desenvolvimento de quadros patológicos. De todo modo, é fundamental buscar auxílio psicológico para lidar com os conteúdos que trazem sofrimento e para ser orientado e acompanhado diante das fases oriundas deste processo doloroso.
A partir disso será possível obter aprendizados com a relação que terminou, bem como tornar-se responsável também pela relação, e,  identificar comportamentos negativos para assim evitar reproduzi-los nos relacionamentos futuros. Contudo, para chegar a este estágio é necessário fazer contato com o sofrimento: chorar quando sentir vontade, não mascarar a dor, conversar com alguém a respeito dos próprios questionamentos.
Lembre-se: A dor se torna maior quando negamos a sua existência. Para ser elaborada ela precisa ser sentida. Não é um processo fácil, mas sem dúvidas é o caminho mais eficaz para a remissão do sofrimento e para a reconstrução pessoal.


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Insatisfação no relacionamento: o que fazer?

Sabe-se que toda relação – seja ela familiar, conjugal ou de amizade – exige o desenvolvimento de algumas habilidades para que se torne saudável e ou, com menos conflitos possível.  Essas habilidades correspondem a respeito, empatia, dedicação… Porém precisam ocorrer de ambas as partes para que exista uma coesão entre os objetivos na relação, caso contrário, surgirá uma frustração naquele que investiu mas que não obteve os resultados que esperava.
Somos movidos através dos resultados que vislumbramos, logo, temos a necessidade de obter resultados logo que investimos em algo. E com as relações não é diferente: se investimos dedicação desejamos receber esta mesma dedicação. Se investimos carinho, desejamos que a outra parte da relação também seja carinhosa conosco.
Contudo,  devido as expectativas criadas em torno da relação e do outro, ás vezes o que se recebe não é compatível com o que se espera, originando desta forma um sentimento de desvalorização naquele que se dedicou e tentou se modificar para a melhora do relacionamento. A pessoa que aposta na relação e que não obtém os resultados que espera acaba se frustrando e diminuindo o seu investimento, e ou, concomitantemente, desenvolvendo um sentimento de raiva para com o outro, gerando como consequência uma sucessão de comportamentos negativos para ambos e para a relação num geral.
Algumas pessoas inclusive, desenvolvem o sentimento de culpa porque acreditam que não foram boas o suficiente, pois se fossem, o parceiro teria mudado para ficar com elas. Outras sentem muita raiva e justificam o seu estado irritadiço como sendo culpa do parceiro, o desvalorizando e o culpando pelo fim do relacionamento, ficando assim na posição de vítimas.
A consequência disso é um desgaste que ocorre tanto na pessoa que está investindo na mudança da relação, como no próprio relacionamento que perde as trocas e se transforma em um treinamento sem resultados positivos, e também no parceiro que não é aceito como ele é e que se sente “o vilão” na relação.
O que ambas as situações tem em comum é a falta de empatia, ou seja, a dificuldade de perceber/questionar se o (a) parceiro (a) quer ou não modificar os seus comportamentos em prol da relação. Quando agimos pelo o outro, sem questioná-lo, negamos a sua contribuição para a relação e tentamos enquadra-lo naquilo que acreditamos ser o melhor. Porém, nesta situação cabe o questionamento: “Melhor para quem?”.
É importante compreender que nossos atos são orientados pela motivação que temos em executá-los, ou seja, precisamos de um motivo – um ganho – para a ação. Se não visualizamos estes ganhos, como consequência, não agimos em prol de uma mudança.
Em determinadas situações a mudança de comportamento do cônjuge é importante para o bom convívio, contudo, é fundamental identificar se o desejo de que o outro mude corresponde a uma avaliação de que realmente esta mudança será positiva para ambos, ou se será benéfica apenas para si. Portanto, ao identificar algo disfuncional na relação, antes de propor alguma mudança se questione a respeito das suas intenções.
Por isso, se você percebe que o seu relacionamento precisa de alguns ajustes, perceba de que modo você comunicou ao (a) parceiro (a) sobre as suas insatisfações. E se você sentir que o seu investimento não está sendo reconhecido da forma que você gostaria que fosse, identifique se suas expectativas estão dentro da realidade, ou se você está esperando mais do que o (a) parceiro (a) pode / está disposto a investir.
A partir disso, reflita se você compreende os comportamentos dele (a), e se continuará disposto (a) a permanecer na relação caso a outra parte envolvida se encontre limitada em se modificar no momento. Através desses questionamentos surgirão as respostas a respeito da sua disponibilidade de querer ou não investir no relacionamento, porém com maior clareza sobre as suas expectativas, às limitações e aos desejos alheios.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Você ama o que faz?

Você já analisou qual sentimento você
tem por aquilo que faz?
Se esta questão já surgiu na sua vida, provavelmente ocorreu em um momento de indecisão sobre o seu envolvimento afetivo pelo o que fazia.

A rotina inalterada contribui para o automatismo, assim temos a tendência de "seguir a massa", e executar as atividades rotineiras. Desta forma, dificilmente desenvolvemos o hábito de identificar se gostamos ou não do que fazemos. É comum aliás, que este questionamento surja quando algo que até então estava confortável, começa a incomodar, ou quando algo foge do nosso controle, ou ainda, quando temos contato com algo que nos dá mais satisfação do que aquilo que vínhamos executando.

>>>Algumas pessoas inclusive, possuem crenças generalistas a respeito do que é "bom" para si. Acreditam que se o outro tem ou teve prazer fazendo determinada atividade e cursando uma faculdade específica, por exemplo, logo, para ele também será bom seguir este mesmo script. E estas crenças resultam em um sentimento de inadequação e de insuficiência, em que o indivíduo culpa a si mesmo por não gostar daquilo que o outro gosta, reforçando deste modo uma postura passiva e negativa diante da vida.<<<

Sartre nos diz que quando escolhemos um mundo para nós, automaticamente escolhemos este mesmo mundo para o outro. Ou seja, quando fazemos uma escolha pessoal, julgamos que o outro deveria também a escolher. Esse sistema é muito presente nas relações familiares, onde os pais projetam as suas expectativas pessoais nos filhos, e não fazem distinção entre eles, desejam apenas que os filhos sigam aquilo que eles- os pais consideram "bom" para eles - os filhos.

Porém, o que talvez se desconheça são os prejuízos que a reprodução de crenças familiares negativas e generalistas causam. Pessoas que possuem uma estrutura de ego frágil, que acreditam que para receberem amor precisam se submeter às vontades alheias, que pensam que para não perderem a admiração dos pais ou para não decepcioná-los precisam executar tudo aquilo que eles pedem, possuem a tendência de não se questionarem sobre o que gostam ou não gostam. Como se acostumaram a cumprir as expectativas alheias, não se permitem se questionar. E não se questionam também porque temem encontrar em si sentimentos contrários àqueles esperados para si, e com isso entrar em conflito com o que: "Eu quero" e o que "Eu devo" fazer.


Como podemos identificar se gostamos ou não do que fazemos?
*O primeiro passo é nos questionarmos: Por que estou executando tal atividade? - Através desta pergunta conseguimos entrar em contato com a realidade -  o aqui e agora - e então avaliarmos os motivos de estarmos trabalhando neste emprego/ fazendo esta faculdade...
*Após identificarmos o motivo de estar onde nos encontramos, então precisamos compreender a origem desses motivos (repetição familiar, cumprimento das expectativas alheias, manutenção de status social...).
*Através destas etapas conseguimos reconhecer em nós mesmos os sentimentos que sustentam a nossa ação de estar/permanecer onde estamos, para então avaliar qual poder vamos dar à esses sentimentos, ou seja: se vamos valorizar o nosso querer ou se daremos valor às crenças e expectativas alheias.

É importante saber que quando conseguimos identificar os  sentimentos pelo o que fazemos, estamos automaticamente em contato com os nossos próprios desejos, independente da resposta que vamos encontrar: "Sim, eu gosto!", ou: "Não, eu não gosto!". A partir dessa identificação pessoal desenvolvemos o autoconhecimento, este que é a base para qualquer escolha assertiva e saudável. Portanto, lembre-se: Você está onde você se coloca. Caso você esteja com dificuldades de identificar os seus sentimentos por aquilo em que está envolvido, perceba os sinais que seu corpo lhe dá ao executar as atividades. Quando paramos para analisar a forma como executamos as tarefas rotineiras, percebemos como o nosso estado de humor fica nestes momentos, e assim, reconhecemos o sentimento por trás dele.