terça-feira, 1 de novembro de 2016

Você ama o que faz?

Você já analisou qual sentimento você
tem por aquilo que faz?
Se esta questão já surgiu na sua vida, provavelmente ocorreu em um momento de indecisão sobre o seu envolvimento afetivo pelo o que fazia.

A rotina inalterada contribui para o automatismo, assim temos a tendência de "seguir a massa", e executar as atividades rotineiras. Desta forma, dificilmente desenvolvemos o hábito de identificar se gostamos ou não do que fazemos. É comum aliás, que este questionamento surja quando algo que até então estava confortável, começa a incomodar, ou quando algo foge do nosso controle, ou ainda, quando temos contato com algo que nos dá mais satisfação do que aquilo que vínhamos executando.

>>>Algumas pessoas inclusive, possuem crenças generalistas a respeito do que é "bom" para si. Acreditam que se o outro tem ou teve prazer fazendo determinada atividade e cursando uma faculdade específica, por exemplo, logo, para ele também será bom seguir este mesmo script. E estas crenças resultam em um sentimento de inadequação e de insuficiência, em que o indivíduo culpa a si mesmo por não gostar daquilo que o outro gosta, reforçando deste modo uma postura passiva e negativa diante da vida.<<<

Sartre nos diz que quando escolhemos um mundo para nós, automaticamente escolhemos este mesmo mundo para o outro. Ou seja, quando fazemos uma escolha pessoal, julgamos que o outro deveria também a escolher. Esse sistema é muito presente nas relações familiares, onde os pais projetam as suas expectativas pessoais nos filhos, e não fazem distinção entre eles, desejam apenas que os filhos sigam aquilo que eles- os pais consideram "bom" para eles - os filhos.

Porém, o que talvez se desconheça são os prejuízos que a reprodução de crenças familiares negativas e generalistas causam. Pessoas que possuem uma estrutura de ego frágil, que acreditam que para receberem amor precisam se submeter às vontades alheias, que pensam que para não perderem a admiração dos pais ou para não decepcioná-los precisam executar tudo aquilo que eles pedem, possuem a tendência de não se questionarem sobre o que gostam ou não gostam. Como se acostumaram a cumprir as expectativas alheias, não se permitem se questionar. E não se questionam também porque temem encontrar em si sentimentos contrários àqueles esperados para si, e com isso entrar em conflito com o que: "Eu quero" e o que "Eu devo" fazer.


Como podemos identificar se gostamos ou não do que fazemos?
*O primeiro passo é nos questionarmos: Por que estou executando tal atividade? - Através desta pergunta conseguimos entrar em contato com a realidade -  o aqui e agora - e então avaliarmos os motivos de estarmos trabalhando neste emprego/ fazendo esta faculdade...
*Após identificarmos o motivo de estar onde nos encontramos, então precisamos compreender a origem desses motivos (repetição familiar, cumprimento das expectativas alheias, manutenção de status social...).
*Através destas etapas conseguimos reconhecer em nós mesmos os sentimentos que sustentam a nossa ação de estar/permanecer onde estamos, para então avaliar qual poder vamos dar à esses sentimentos, ou seja: se vamos valorizar o nosso querer ou se daremos valor às crenças e expectativas alheias.

É importante saber que quando conseguimos identificar os  sentimentos pelo o que fazemos, estamos automaticamente em contato com os nossos próprios desejos, independente da resposta que vamos encontrar: "Sim, eu gosto!", ou: "Não, eu não gosto!". A partir dessa identificação pessoal desenvolvemos o autoconhecimento, este que é a base para qualquer escolha assertiva e saudável. Portanto, lembre-se: Você está onde você se coloca. Caso você esteja com dificuldades de identificar os seus sentimentos por aquilo em que está envolvido, perceba os sinais que seu corpo lhe dá ao executar as atividades. Quando paramos para analisar a forma como executamos as tarefas rotineiras, percebemos como o nosso estado de humor fica nestes momentos, e assim, reconhecemos o sentimento por trás dele.





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