Existe uma queixa que surge com frequência dentro de um
setting terapêutico: a insegurança. Nem sempre a queixa é revelada de forma
consciente, algumas pessoas por estarem focadas nas consequências originadas
pela insegurança, não identificam que foi ela quem possibilitou toda a situação
conflituosa. Assim, não percebem que a situação em que se encontram é
consequência da falta de segurança que tem sobre si. E desta forma trazem
através das suas histórias particulares contextos de dependência afetiva,
submissão, rigidez consigo e para com os demais...
A insegurança está relacionada diretamente à necessidade
de receber amor e aprovação externas uma vez que o indivíduo não se sente capaz
de receber o amor por quem ele é devido a crenças negativas estruturadas ainda
na infância. Essa insegurança pode ser observada em alguns contextos, como:
·
Necessidade de se afirmar perante os demais:
"Eu estou sempre certo!"
·
Comportamentos que demonstram carência
afetiva, necessidade de receber carinho constantemente e dificuldade de tolerar
e compreender as necessidades do outro.
·
Cobrança pessoal: "Eu não posso errar
nunca!", "Tenho que ser muito bom!".
·
Aceitação de relacionamentos abusivos onde o
indivíduo por não ter segurança com aquilo que gosta e quer, acaba aceitando as
imposições alheias e se submetendo.
Então, como desenvolvemos a segurança pessoal?
A segurança sobre si corresponde na defesa dos próprios
princípios, no respeito consigo, na tomada de decisões com maior assertividade,
na compreensão dos próprios limites... Para desenvolvermos a segurança
precisamos necessariamente conhecer como funcionamos, o que sentimos em
situações específicas, quais os nossos conflitos internos, nossas fragilidades,
nossas defesas e nossas fugas. Quando compreendemos esses fatores,
automaticamente conseguimos nos administrar melhor diante de situações
conflituosas. Mas, quando não nos conhecemos, acabamos negando quem somos e é
assim que investimos em relacionamentos que não são saudáveis ou que não se
sustentam, nos engajamos em projetos que ultrapassam os nossos limites, fazemos
escolhas que são opostas ao que podemos oferecer genuinamente. E a consequência
da falta de autoconhecimento é sem dúvidas um sofrimento que engloba: tristeza,
raiva, mágoa, incompreensão, doenças...
Por isso é fundamental investir em si: cuidar da saúde
física e psíquica, fazer psicoterapia para desenvolver o autoconhecimento,
aprender a dizer "não" sem se culpar ou se punir por isso,
identificar o que gosta de fazer, o que aceita do outro, quais os próprios
limites, os próprios princípios...
Lembre-se que a segurança pessoal está relacionada ao
quanto você se conhece, e que é através do autoconhecimento que você poderá
modificar as crenças que o fazem se sentir inseguro e ou incapaz. Assim você
perceberá que a necessidade de receber o amor do outro pode ser suprida de
forma fiel à quem você é, e que o desejo de ser reconhecido diminuirá conforme
você for se sentindo feliz com as suas próprias escolhas. Quando aumentamos a
nossa segurança sobre quem somos, automaticamente diminuímos a necessidade de
agradar os demais. Portanto saiba que um caminho seguro para a segurança
pessoal é aquele trilhado com amor próprio.
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