terça-feira, 4 de outubro de 2016

Como é a sua solidão?

Você consegue responder a estar pergunta? Se consegue, certamente você já parou para se questionar sobre isso, caso não consiga, é muito provável que você não tem se dedicado no processo de se conhecer. O autoconhecimento é como uma bússola, ele nos orienta através do ponto em que estamos, nos faz perceber por onde podemos andar para chegarmos no nosso objetivo, e por onde devemos evitar passar para não nos perdermos. Contudo, como todo instrumento de orientação, é fundamental que saibamos utiliza-la.

Um começo positivo na busca do autoconhecimento é analisar como estão os nossos relacionamentos (família, amigos, cônjuge...). A forma como as pessoas interagem com a gente nos permite verificar como estamos nos posicionando nessas relações: se estamos determinando limites, se a nossa comunicação verbal está condizente com as nossas ações, quais as nossas expectativas em cada relação, e também quais os sentimentos presentes em cada uma delas.

Porém, algumas situações podem se tornar difíceis de serem analisadas por nós mesmos porque as emoções e os sentimentos pertencentes nelas podem nos limitar. Ás vezes, sentimos tanta tristeza ao pensarmos em alguém que não conseguimos visualizar o motivo da tristeza, a origem deste sentimento, qual a nossa responsabilidade nele e o que podemos fazer para elaborarmos a situação.

A solidão é um exemplo disso. Às vezes nos sentimos sozinhos e até nos queixamos por isso. Temos a sensação que não há ninguém por perto para nos ouvir, para nos auxiliar ou acolher. Associada à tristeza vem o sentimento de frustração, pois criamos expectativas sobre o outro: depositamos nele a responsabilidade de mandar para longe a nossa solidão, contudo, o outro por desconhecer esse fato ou por não ter condições de nos auxiliar, acaba desempenhando o papel de vilão. E nós, vítimas da vida.

Nesse contexto é importante questionarmos:
*Qual a evidência que eu tenho de que realmente estou sozinha?
*Por que acredito que estou sozinha?
*O que tenho feito para manter meu circulo de amigos e familiares?
*Como estou transmitindo a mensagem de que preciso ser acolhida?

Após identificarmos as nossas crenças a respeito do nosso sentimento de solidão, então é o momento de pensarmos o que podemos e queremos fazer para modificar a nossa realidade (modificar a nossa percepção sobre nós mesmos, transformar os papéis negativos que desempenhamos por papéis positivos e que fortalecem a nossa interação social, ir contra antigos padrões comportamentais, pedir ajuda...).


Saiba que o psicólogo clínico é o profissional capacitado para lhe auxiliar a identificar a origem dos seus sentimentos. Além disso, ele conseguirá lhe auxiliar na busca de autoconhecimento contribuindo para que você  compreenda os seus relacionamentos, se conheça melhor, transforme a sua forma de se relacionar e modifique a sua realidade dentro do que lhe é permitido.

Um comentário:

  1. Ótimo texto Jé. Assim como o blog num todo. Parabéns. Solidão é algo que muitos sentem, seja continuamente ou em determinado momento. Mas se pararmos para pensar, interagimos com muitas pessoas no nosso cotidiano, então dificilmente alguém é sozinho "objetivamente". Dessa forma a solidão consiste em não conseguir expressar sua afetividade de forma satisfatória, na dificuldade de trocar sentimentos ou de criar vínculos. Ou então a sensação de solidão pode ser simplesmente por não refletir sobre os vínculos que possui e dar-lhes mais valor. De qualquer forma dificilmente alguém pode culpar os outros por sua solidão, pois é a própria pessoa, com sua mentalidade, suas acões e omissões, quem cria o seu estado de sentir-se só. Ser acolhido e estimado, como tudo na vida, exige esforço e, podemos dizer, mérito, mesmo que pensamos que não deveria ser assim.

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